NEWTON DE LUCCA
( Brasil – São Paulo )
Graduado (1971), Mestre (1977), Doutor (1978), Livre-Docente (1986), Adjunto (1987) e Professor Titular (2009) da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, onde leciona nos Cursos de Graduação e Pós-Graduação;
Professor do Corpo Permanente da Pós-Graduação Stricto Sensu da Uninove (2011);
Desembargador Federal do TRF da 3ª Região, na qual exerceu a presidência no biênio 2012/2014;
Presidente da Comissão de Proteção ao Consumidor no âmbito do comércio eletrônico do Ministério da Justiça;
Membro da Academia Paulista de Magistrados;
Membro da Academia Paulista de Direito;
Membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas;
Vice-Presidente do Instituto Latino-americano de Derecho Privado.
SACIEDADE DOS POETAS VIVOS. VOL. XII. Organizadores: Urhacy Faustino e Leila Miccolis. Capa: Vande Rota Gomide.Rio de Janeiro: BLOEOS, s. d. 110 p Ex. bibl. Antonio Miranda
NO ÂMAGO DO ÍNTIMO
IN TI MO
(ENTRE PARÊNTESES)
uma palavra aqui
outra ali
e mais outra... acolá
(é preci(o)so o trabalho de um Jó...)
enfim
o poema
e livros só
(tão conciso o dilema de meu pó...)
o pior fica no âmago do íntimo:
(a vergonha suprema de teu dó...)
PASSO AO DESCOMPASSO
um único spot de luz
soabre teu salto no palco
já produz a radiosa
sensação de sobressalto
e reduz
o que restou do pejo
e me seduz
na cruz silenciosa
do desejo
só preciso abandonar de vez.
meus remorsos e receios
depositando para sempre
a minha língua
nas últimas sílabas
de teus anseios...
CÍRCULO VICIOSO
envolto
na vontade de dizer
eu volto
ou envolvido
no desejo de olvidar
o ouvido...
devolvo-me
à contradição sem fim
do meu ruído...
LIÇÃO PERDIDA
o gênio de Pessoa estava certo
não há palavras
nem frase
capazes de evitar o ridículo
de uma carta de amor
mesmo assim
descomedido e desalento
entrego-me a ti
no pleonasmo inútil
de meu sentimento...
DESPEDIDA
na concha de teu adeus aparente
procuro (e acho)
a pérola da amanhã
(conspirações que faço
durante a noite
para rever-te...)
falta-me no entanto
a necessária malícia
de cultivar a delícia
de perder-te
DOMINAÇÃO SINGULAR
o que me doma
não pé a rima
que a redoma de teus olhos
ilumina
nem esse amor
que na estranha me rumina
e a destempo me retoma
e me domina
é a brusca interrupção
do meu declínio
e nessa estranha soma
de tuas curvas
o enigma plural
de teu fascínio...
*
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Página publicada em janeiro de 2023
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